UPA do Morumbi
(Unidade
de Pronto Atendimento – Urgência)
Por Luiz Carlos FozVox 11:30 h do dia 18/06/19)
Hoje, 18 de junho, cerca de 11 h, houve
um princípio de "arranca rabo" na Unidade de Pronto Atendimento do
Morumbi (UPA 24 h). Estava na câmara municipal para conversar com o vereador Brayner, para dar continuidade
à questão do tema dos Galpões Abandonados,
proposto por ele em sessão e de repente, um vereador dá o informe de que estava
acontecendo "uma briga" no UPA do Morumbi. Me juntei aos assessores
do vereador Celino Fertrin e partimos
para a UPA.
De fato, uma pessoa, aguardando horas
pelo atendimento que se irritou. Na verdade, podia ser qualquer um de nós, que poderíamos vir a usar a Unidade <<sem
considerar>> os três critérios de atendimento,
representados pelos sinais: verde, amarelo e vermelho,
como graduação da urgência.
Considerando que o local, como Pronto
Atendimento tenha como prioridade de existir, segundo o Sistema de Saúde, o sinal
amarelo máquina para vermelho sangue. Os outros casos não graves, são
atendidos em Postos de Saúde. Que,
por não ser urgente, marcam consulta.
Quem
considera sobre a urgência ou não é a própria condição do paciente. Alguém que
chegue sangrando, vomitando sem parar, ou com dificuldade de respiração, é
prontamente atendido. No entanto, na
maioria dos casos - na UPA, nesse dia - não era isso o que acontecia. É
possível ver isso nas fotos.
Mas as fotos podem enganar. Do lado dessa
moça do primeiro plano do lado direito para quem olha, tem uma jovem, que
segundo esta senhora, ela estava passando mal do estomago a horas. Enquanto
estava aí, exatamente nesse ponto em que tiro a foto, outras pessoas se
aproximaram e começaram a dizer coisas sobre a demora no atendimento. Algumas
pessoas haviam chegado às 7 h, diziam ... - logo uma senhora intervém e diz,
apontando para o lado, nós chegamos às 5 h. Todas essas pessoas já haviam feito
a ficha e esperavam ser chamadas.
Outra senhora aponta um senhor de quarenta anos e diz: “ele já vomitou duas
vezes e ainda não foi atendido”.
Logo na
chegada perguntei à algumas pessoas que estavam saindo, se havia tido algum
conflito maior, todas elas afirmavam que não, apenas, uma reclamação da demora
em um tom mais agressivo, como que reagindo à aparente morosidade, na sala de espera e não, nos ambientes internos com uma média de 25 funcionários
(para 100 em quatro turnos). E as
pessoas pereciam compreender isso. E também me parecia, que estavam
desconfiadas da própria intuição, pois que não conseguiam culpar ninguém
diretamente. Eventualmente uma dessas senhoras se queixou que uma funcionária
do atendimento não saia da Watts-Up, no entanto, todas as pessoas já haviam
feito a ficha. Creio que algo lhes dissesse, lá no fundo aquilo, que ouviria na
enfermagem e, de um médico, separadamente. De que havia muita gente que não deveria
estar ali. Coisas que no passado recente seriam
resolvidas com um chá de ervas, com um comprimido antigripal. Não um
antibiótico é verdade. Ou simplesmente pessoas precisando de um atestado médico. E outras que não
queriam esperar a consulta no Posto
de Saúde e então se deslocavam para o UPA.
Segundo um médico que interrompi por 5
minutos ..., disse ele, que ainda bem existe a informática onde pode o
prontuário do paciente. E contou um caso que me provava essa importância. E que
esse expediente, leva no mínimo 15 minutos para ser feito – uma média de 3 a 4
pacientes por hora. E sem esse expediente é preciso muita experiência em
doenças, rotineiras e, ou
laboratório. São duas, as doenças mais comuns: problemas respiratórios e de estomago.
Creio que, tanto um sintoma quanto ou outro é muito variável de pessoa para pessoa e sua imunidade, rejeição,
alergias etc. Onde entra a questão das vitaminas e proteínas. É sempre uma
situação de risco e nisso ajuda o prontuário. Ou seja, não há um acompanhamento
médico, como aquele feito com Rockfeller e outros magnatas que tem “um UTI em
casa”. Isso seria possível em sociedades pequenas, onde além de o médico
conhecer as doenças, conhece as pessoas e seus hábitos.
Nesse
ponto, dou um salto que, tanto justifica
e enobrece a ação da maioria dos
funcionários da saúde, como justifica
a desconfiança popular, não com os funcionários, mas, com um sistema que parece não se ajustar à realidade e a realidade
parece não se ajustar a ele.
O
surgimento da UPA acontece no Rio de Janeiro ...
As primeiras
Unidades de Pronto Atendimento acontecem no estado do Rio de Janeiro foram
implementadas pela Secretaria de Estado de Saúde durante a gestão do governador
Sérgio Cabral Filho e do secretário de Saúde Sérgio Côrtes (Presidente
Lula, grande amigo de Sérgio Cabral, ambos presos). A primeira unidade foi
inaugurada no dia 30 de maio de 2007 no Complexo da Maré. No estado do Rio de
Janeiro, a gestão das Upas é feita pela Secretaria de Estado de Saúde de forma <<compartilhada>> com <<organizações
sociais de Saúde>> (por exemplo
Conexão Saúde). Até dezembro de 2013 (no governo Dilma/Lula) em sete anos,
portanto, a Secretaria de Estado de Saúde, teriam registrado a distribuição de
140 milhões de medicamentos, 20 milhões de atendimentos e 18 milhões
de exames laboratoriais e de raios X. - 10%
da população brasileira! No caso dos remédios, o equivalente em unidade a 70%
da população brasileira! Na época, o estado contava com 52 unidades, que
totalizavam 208 leitos em salas de cuidados intensivos, 608 leitos em salas de
cuidados semi-intensivos e 413 consultórios. Em março de 2018, a Auditoria
Geral do Estado do Rio de Janeiro, órgão ligado ao Tribunal de Contas do
Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), concluiu um relatório em que detalhava os prejuízos
causados pela implementação de algumas Upas no Rio de Janeiro durante a
gestão do secretário Sérgio Côrtes. No relatório, os técnicos consideraram que
a licitação para a construção das unidades foi ilegal. As "Upas de
lata", feitas com painéis e aço e que teriam custado mais caro que as de
tijolo, foram fornecidas pela Metalurgia Valença. Em delação premiada, o
ex-subsecretário de Saúde Cesar Romero Vianna Junior afirmou que cada unidade
do tipo que foi erguida gerou R$ 1,0 milhão em vantagens indevidas (lavagem de
dinheiro). Os advogados de Ronald de Carvalho, dono da Metalurgia Valença,
declararam que não houve irregularidades no fornecimento dos módulos. Ou seja,
Al Capone foi preso não por seus negócios criminosos e bebidas, mas,
pelo imposto de renda da venda de bebidas! Da mesma forma, se alguém quiser
fazer as contas dos milhões de medicamentos, atendimentos, exames, leitos,
upas/prédios e dividir por sete anos do preso Sérgio Cabral, terá uma noção da
história das UPAS e a ação da Organizações Sociais.
Se você
chegou até aqui, vou surpreende-lo com outra questão seríssima, que diz
respeito às <<organizações sociais da saúde>>. As
“organizações sociais no Brasil”, são empresas com um poder grande de informações
privilegiadas.
É simples,
não existe <<no mercado capitalista>>, empresas organizadas para cuidar de outras empresas na área da saúde.
Qualquer hospital privado (Sírio Libanês) tem a sua presidência e seus
diretores. Assim como qualquer empresa privada forte, o têm. Só as pequenas
recorrem a contadores, que fazem o papel de administradores. Para se ter uma
noção exata do que digo, seria importante estudar sobre a criação das Parcerias
Publicas Privadas, que modificam para
pior, a ação das empresas terceirizadas,
originariamente, da área de limpeza, do sindicato de Asseio e Conservação (com
o deputado Mabel). A característica destas empresas terceirizadas, a partir da
PPP, é que elas são formadas por equipes de “funcionários públicos de escalão”,
com o conhecimento do poder da presidência da república. Isso, lhes garante
informações privilegiadas.
A
questão é, porque um hospital (...) não é totalmente do Estado? Bem, certamente
a estrutura de mando e controle deixaria muito a desejar, precisamente pela
facilidade do dinheiro dos impostos. Então, que os impostos pagassem uma
empresa privada, segundo o seu trabalho e bastaria a fiscalização (do Estado).
Para evitar essa lógica que também é cruel, criaram a PPP que permite que o
próprio estado crie a sua “empresa privada”. E o hospital ao invés de ser
Estatal passa a ser misto, aos olhos dos incautos, quando na realidade é o
próprio estado fantasiado de iniciativa privada para “abrir” mais um rombo no
tecido econômico social.
O que
acontece a seguir é o que acontece em qualquer estatal em sua relação com os
impostos, em governos populistas.
(Que se usam da “máquina” do Estado). No entanto, quando o País se encontra em situação de crise política e econômica, considerando
que estes mesmos, criadores deste
expediente, de PPP e Terceirizados, estão fora do poder principal (“o pai das verbas”) e precisam toma-lo a qualquer custo é evidente que todos os
envolvidos, seguirão o mesmo curso e isso cria um ambiente específico, nas
empresas de saúde, desde o mais alto funcionário no parlamento, até o faxineiro
dos hospitais, passando, é claro, por enfermeiros e médicos e atendentes.
Outra
questão importante é que a Saúde e Educação foram entendidas por esse governo, populista, até Dilma, como <<áreas>> próprias, dos movimentos sociais de sustentação
da política populista. Não só, pela
saúde gratuita, como pela distribuição de remédios e exames. E pior, tudo isso
de graça, à custa dos impostos,
porque o – dinheiro – foi retirado da sociedade (de
fora do “guarda-chuvas do Estado), com a cumplicidade forçada (...), do mundo
empresarial corporativo que também sofreu mutações
em sua concepção de Capitalismo, precisamente quanto se unem ou, se deixam
tomar por grandes corporações maiores,
que a partir de então, com o domínio do
mercado, não lhes resta outra possibilidade, que não seja ter como alvo econômico, as diversas cidades de cada estado da federação. Quando passam a
controlar o “capital de circulação” nos municípios. E a gratuidade aumenta
perigosamente.
Agora,
se ponha no lugar de um médico, como pessoa esclarecida que vê a realidade que
a maioria apenas desconfia. E se conflita ao saber que sua função, a mais nobre das funções, está
irremediavelmente envolvida em um cassino
corporativo privado, estatal e misto! E que absolutamente não se incomoda com saúde, mas com a
política e para isso se usa da saúde
(e, educação), criando fatos, mesmo porque,
é impossível não os ver no cotidiano e, um dia, aparecerão de forma clara ao
público, então os denunciam
antecipadamente segundo a sua versão.
Que neste caso insinuam provocar atendentes e pacientes deixando a este último
o ônus da decadência do sistema.
Uma vereadora da cidade de Foz do Iguaçu quer aprovar
mais uma lei <<incomodativa>>, para modular – com mais pressão - o
grau de tensão na sociedade, segundo uma lógica revolucionária e, que pune a
pessoa que jogue qualquer papel grudento de bala no chão. Não imagino, o que
ela faria com os cães e gatos que mijam e o bombos que cagam, ou aqueles que
cuspem! Agora, veja quantos conflitos podem acontecer por conta disso.
Considerando que a violência psíquica só tem crescido, junto com as doenças
depressivas, precisamente por esse tipo de insegurança que políticos néscios
criam.
Mas
nada impede, aliás justifica, que
continuem movimentando bilhões de reais, em tese, para manter a saúde, quando
na realidade, a única coisa palpável nisso, é folha de pagamentos da saúde e um volume de pacientes cuja doença
não é mais física, mas, mental, depressiva, da seara dos manicômios.
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