Economia Política
Um Tema Quente e Atual
Por Luiz Carlos –
FozVox
Amada Netinha |
Caro vereador Jeferson Brayner, a
questão que o senhor levantou na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu a respeito
dos galpões (e acrescento, prédios, casas abandonadas e terrenos) na cidade, eu considero uma questão seríssima de <<Patrimônio Público>>, no sentido em que pertencendo
a alguém, ou tendo pertencido, ou sendo do município é um patrimônio no
município, que compõe a arquitetura municipal, talvez não como as obras
históricas que são preservadas, com
recursos públicos, mas como obras de importância para a economia municipal ou, para o que possa ser usado para esse fim. Fique claro que o “termo abandonado”
não é verdadeiro. É apenas um arranjo metafórico, para a circunstância que se
criou, como por exemplo, com a ex Santa Casa de Misericórdia e o Lembrasul
adquiridas pelo Grupo Diplomata e, a ex Caixa Econômica Federal do governo
federal e os despojos do Banestado. São três exemplos notórios com todas as
características de tipos de proprietários: a Santa Casa, foi construída com a
igreja, com a prefeitura e o povo; o Lembrasul é uma construção privada e Caixa
(e Banestado, incluindo as associações, clubes), é uma estatal. Logo, o termo “abandono”
só tem alguma consequência no sentido em que se “abandonou o uso que faziam dos
prédios ou galpões”. Mas a questão da propriedade permanece inalterada e as
questões do fisco se resolvem como tem que ser resolvidas, de acordo com a lei.
Será?
Agora, façamos um pequeno parêntese na questão
das propriedades privadas: O
Lembrasul, o Maxi no bairro Jardim Lindóia, divisa como Jardim São Paulo. Dois
galpões muito grandes, que foram galpões de mercado, de produtos. Em tese,
quanto eles gastam com IPTU, manutenção, segurança e, perdem com a depreciação
do imóvel ao ano? Isso, de alguma estranha
forma de domínio, lhes agrada, ou
simplesmente não se importam? Pois têm tantos outros milhões, que facilmente
manteriam o espaço, como um “acumulador, acumula coisas? ”. De outra forma,
como esses proprietários poderiam negociar esses imóveis aos atuais preços de mercado, quando uma
sala, um pouco menor que uma quitinete, gira em torno de 900 reais e impostos?
Quando no seu galpão cabem ao menos, uma centena, dessas salas, no primeiro
piso? (A Caixa Econômica tem três pisos). Ainda mais, sendo eles próprios, ou
grupos associados, os donos das propriedades
e, das imobiliárias que determinam os valores de mercado sem a menor
possibilidade de qualquer tipo de concorrência. Afinal como seria concorrer
consigo mesmo? Certamente acreditam que a concorrência é um mal! Qualquer
prédio de dois a três andares tem uma média de 100 salas “comerciais”, calculo
que isso dê um lucro de 90 mil reais por mês, R$1.080 milhão ao ano. Mas também
é evidente, que nem todas as salas estão
alugadas, no presente. Depois, existe os impostos. Essa situação, das salas
não alugadas e os impostos, os deixam nervosos e descrentes daquilo que eles
mesmos construíram visando apenas lucro? Não fazemos ideia do que eles pensam,
mesmo porque, nem os conhecemos. Pois que, são prédios construídos em grupos de pessoas ricas, que só visam ao
lucro e nada mais. Não há tempo para se pensar em mais nada!
Evidente que esse caminho da diplomacia municipal vem sendo trilhado para tentar negociar de forma educada, formas de ocupação desses espaços e pagamento a esses
proprietários, considerando que o município
participe, em uma pequena parte, desses conglomerados econômicos, através dos
impostos e também através de alugueis como foi a Bordin do senhor
Luciano, agora o Fouad Center, do senhor Fouad e mais trezentos e tantos prédios. Por baixo, 350 prédios ao custo de R$1.080
ao ano é igual a R$ 378 milhões ao ano! Ou, US$94 milhões de dólares. Para um
orçamento municipal, em média, de 1 bilhão. Essa é uma conta de aproximação,
nenhum contador e talvez nem a receita municipal tenha noção exata desses valores:
do que se paga de aluguel e dos impostos recolhidos. De certa forma, o “recado
do prefeito Chico Brasileiro” (como um pedido de socorro de Émile Durkheim) , neste último dia 10 de abril (2019), sobre o
volume de prédios alugados pela prefeitura, não deixa de ser uma “denúncia”, no
contexto de uma diplomacia de difícil
solução. Considerando que as bases da
economia municipal estão contaminadas de forma terminal. Nesse sentido
constroem mais prédios, com os investimentos dos anteriores e o buraco aumenta! Não querem outra solução! Assim como, o Estado não quer outro capitalismo.
De certa forma, os prédios abandonados, pelo
volume e localização e como estão abandonados há décadas, são como, “um mijo de
leão na terra, que marcam os seus domínios de uma espécie de feudo, com direito
aos burgos autofágicos e uma enorme massa de lacaios”. Isso é o que parece!
O tema é
vastíssimo, um passo por vez.
Parabéns ao
Vereador Jeferson Brayner e sua assessoria.
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